domingo, 30 de novembro de 2008

Depus a máscara



Depus a máscara e vi-me ao espelho.
Era a criança de há quantos anos.
Não tinha mudado nada...
É essa a vantagem de saber tirar a máscara.
É-se sempre a criança,
O passado que foi
A criança.
Depus a máscara, e tornei a pô-la.
Assim é melhor,
Assim sem a máscara.
E volto à personalidade como a um términus de linha.

Álvaro de Campos/Fernando Pessoa

sábado, 29 de novembro de 2008

A Pobre Rainha



Um triste violino dançando-me , uma máscara derretida num sonho de cordel. Ai o doce e aconchegante prazer de ser amada, a carícia possuída na memória que se lavra no escalarte signo da existência.

"Oh! Como me conhecem

a noite e o deserto e meu corcel!

e a lança e a batalha

e a pena e o papel!"

Al-Mutanabi

domingo, 23 de novembro de 2008

Tempo



Foto: Rita Teixeira

«Sempre», dizes, como se o tempo fosse para além do que somos, e o que somos não se perdesse em cada canto em que nos perdemos.
Nuno Júdice

domingo, 2 de novembro de 2008

Naufrágio do Ser



Sinto-me assim.