domingo, 30 de novembro de 2008
Depus a máscara
Depus a máscara e vi-me ao espelho.
Era a criança de há quantos anos.
Não tinha mudado nada...
É essa a vantagem de saber tirar a máscara.
É-se sempre a criança,
O passado que foi
A criança.
Depus a máscara, e tornei a pô-la.
Assim é melhor,
Assim sem a máscara.
E volto à personalidade como a um términus de linha.
Álvaro de Campos/Fernando Pessoa
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1 comentário:
Esta "coisa" das máscaras sempre me atraiu e muito. As máscaras de todos os dias, as máscaras de ser e de não ser, as máscaras que enformam personagens, às quais pertencemos sempre um bocadinho. Assim,, sem dúvida, heterónimos mínimos de nós mesmos! Jinhos.
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