quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Voz de Outono
Ouve tu, meu cansado coração,
O que te diz a voz da Natureza:
- «Mais te valera, nu e sem defesa,
Ter nascido em aspérrima soidão,
Ter gemido, ainda infante, sobre o chão
Frio e cruel da mais cruel deveza,
Do que embalar-te a Fada da Beleza,
Como embalar, no berço da Ilusão!
Mais valera à tua alma visionária
Silenciosa e triste ter passado
Por entre o mundo hostil e turba vária,
(Sem ser uma só flor, das mil, que amaste)
Com ódio e raiva e dor… que ter sonhado
Os sonhos ideias que tu sonhaste!»
Antero de Quental, in Sonetos
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1 comentário:
Vejo com muito agrado que continuas a dinamizar este teu espaço de uma forma cheia de cor, de boas palavras, de imagens raras e de vídeos verdadeiramente raros. Parabéns! Assim, será sempre um enorme prazer visitar-te e partilhar de ti.
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