sexta-feira, 13 de agosto de 2010
3 - 1 - 1934
Tem harém o sultão, mas quem só tem
O pensamento, nunca tem harém.
Medita inutilmente em teu profundo
Coração, livre do que é mal ou bem.
Bebe e sê nada! Queiras ou não queiras,
De umas ou outras infiéis maneiras,
O teu destino invade-te como água
Quando o rio alça o curso sobre as leiras.
Quem sabe do que sabe? Quem conhece
O que é? Quem lembra sem esquecer que esquece?
Sob altos ramos, mudos fugitivos
Do sol, bebamos. Outro dia desce.
Canções de Beber na Obra de Fernando Pessoa
Fixação de texto, organização, prefácio e bibliografia de Maria Aliete Galhoz
p. 57
Foto feita em Vila Real - 13/08/10
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